Focos do mosquito Aedes aegypti, vetor transmissor da dengue, zika e chikungunya, já podem ser identificados, monitorados e eliminados com o uso de drones em Minas Gerais.
Os equipamentos têm poder de alcance estendido pela capacidade de atingir mesmo áreas de difícil acesso e entram em cena para complementar o trabalho dos Agentes Comunitários de Endemias (ACE), fortalecendo as ações de detecção, tratamento e eliminação de focos do Aedes.
A missão dos drones é mapear as áreas de risco e de difícil acesso, identificando e georreferenciando pontos com possíveis criadouros do mosquito.
As imagens captadas são analisadas e os dados repassados às equipes municipais, que poderão atuar de forma mais assertiva na eliminação dos focos.
Investimentos
O Governo de Minas destina R$30,5 milhões anuais para que municípios mineiros e consórcios intermunicipais de saúde contratem empresas especializadas na operação de veículos aéreos não tripulados (VANTs).
O recurso reforça a batalha contra as arboviroses em todo o estado. Exemplo é o das 31 cidades que integram a macrorregião de saúde Jequitinhonha, que receberam o repasse de R$ 617 mil para o uso de drones nas estratégias de vigilância epidemiológica.
Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Eduardo Campos Prosdocimi, é preciso reforço já que estratégias tradicionais de combate à dengue adotadas no estado nas últimas décadas não têm sido suficientes para eliminar o mosquito.
“A gente está há 30, 40 anos fazendo as mesmas coisas e achando que vai eliminar a dengue do nosso estado, e não eliminamos”, afirmou Prosdocimi durante o evento de lançamento do projeto de uso de drones.
O subsecretário enfatizou ainda que não existe uma solução mágica para o problema, mas sim a necessidade de inovação e adoção de novas abordagens.
“O projeto dos drones visa entender que não existe ‘bala de prata’ para isso, mas, sim, fazer diferente. Vamos fugir do comum, vamos adotar novas estratégias para termos resultados diferentes”, declarou.
A iniciativa da SES-MG foi regulamentada por meio da Resolução SES/MG Nº 9.035, de 26 de setembro de 2023. Os recursos serão repassados até 31/12/2025, garantindo a continuidade do projeto.
Parceria com consórcios
Responsável pela contratação dos serviços para os municípios da macrorregião de Saúde Jequitinhonha, o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Alto Jequitinhonha (Cisaje) apresentou a operacionalização do uso de drones na sexta-feira (12/4).
Em parceria com a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Diamantina, o objetivo da apresentação foi orientar prefeitos, gestores de saúde e equipes técnicas sobre as etapas para a implementação do trabalho na região.
Os equipamentos também serão usados no combate ao Aedes, aplicando larvicida biológico em áreas de foco não acessíveis aos agentes.
O diretor operacional da empresa que prestará o serviço na região, Renato Ferreira Mafra, explica que “em casos específicos, onde houver impossibilidade de remoção dos criadouros pelas equipes de campo, os drones também poderão aplicar larvicidas biológicos para a eliminação de focos do Aedes”.
“Estamos com grandes expectativas em relação a esta nova política que está sendo implementada pela SES-MG. Uma iniciativa inovadora, e que certamente vai nos ajudar muito neste enfrentamento”, manifestou Danielle de Souza Lima, coordenadora de Vigilância em Saúde do município de Itamarandiba.
A superintendente da SRS Diamantina, Cleya da Silva Santana Cruz, salientou a importância da parceria com os consórcios para a execução da política de vigilância.
“Graças à excelente relação institucional com o consórcio e ao trabalho ágil da equipe na contratação da empresa, nossa macrorregião de Saúde está tendo o privilégio de inaugurar esta nova política de enfrentamento às arboviroses em nossa região”, disse.
Agência Minas