Um ex-policial militar denunciado por homicídio duplamente qualificado foi preso no estado de Massachusetts, nos Estados Unidos, por agentes do grupo de Operações de Execução e Remoção, vinculado ao Departamento de Imigração norte-americano. O crime ocorreu em 2018, entre os municípios de Piranga e Porto Firme, na Zona da Mata mineira.
A prisão aconteceu no dia 14 de janeiro deste ano e foi resultado de uma operação conjunta que envolveu o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) da unidade de Visconde do Rio Branco, a Promotoria de Justiça de Piranga, a Polícia Federal e as autoridades dos Estados Unidos.
De acordo com as investigações, o ex-policial foi demitido da Polícia Militar de Minas Gerais em 2023 e deixou o Brasil em março de 2024, fugindo para os Estados Unidos pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) realizou diversas diligências para localizar seu paradeiro e encaminhou o decreto de prisão ao representante da Interpol, solicitando a Difusão Vermelha, mecanismo que possibilitou sua captura.
O detido estava residindo ilegalmente na cidade de Fall River, em Massachusetts. Até o momento, ele ainda não foi extraditado para o Brasil. Segundo o MPMG, assim que retornar ao país, será submetido a um novo julgamento.
O crime que levou à prisão do ex-policial militar nos EUA
O homicídio ocorreu em 2018, na localidade dos Cunhas, zona rural de Piranga, na Zona da Mata mineira. A vítima foi Vanderci Amélio da Silva, de 51 anos, morto a tiros dentro de sua residência.
Na tarde do crime, por volta das 16h, a Polícia Militar recebeu uma denúncia sobre um veículo suspeito circulando na região. Pouco depois, uma nova ligação informava sobre disparos de arma de fogo em uma casa, onde o morador havia sido baleado.
Ao chegar ao local, os policiais encontraram Vanderci já sem vida, atingido por múltiplos disparos. Imediatamente, foi acionado o plano de cerco e bloqueio, com a descrição do carro utilizado pelos suspeitos. O veículo, um Ford Focus, foi interceptado na MG-482, próximo ao município de Catas Altas da Noruega.
Durante a abordagem, os ocupantes se identificaram como policiais militares lotados no 66° BPM de Betim e negaram envolvimento no crime. Com eles foram encontradas três armas de fogo registradas: uma pistola .45, uma .380 e uma .357.
A perícia indicou que a arma utilizada no homicídio possuía alto poder de fogo. Após buscas no veículo, os policiais encontraram duas armas sem numeração e sem documentação escondidas no porta-malas. Diante das evidências, os três militares foram presos em flagrante e encaminhados para a Delegacia de Polícia Civil.
Durante depoimento, um dos envolvidos alegou que a vítima mantinha um relacionamento com sua tia e frequentemente a ameaçava de morte. Segundo a polícia, Vanderci possuía registros criminais anteriores, incluindo uma prisão recente por porte ilegal de arma de fogo.
Os militares presos tiveram assistência de um advogado no momento da detenção.
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