Os professores da UFV decidiram entrar em greve a partir do dia 15 de abril. A deliberação foi tomada em assembleia da Seção Sindical dos Docentes da UFV (ASPUV), aberta a toda a categoria, realizada na tarde dessa segunda-feira (8). A votação da greve seguiu o indicativo aprovado pelos sindicalizados no dia 14 de março e a orientação do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN).
A assembleia começou com informes sobre as negociações com o governo e a mobilização dos docentes federais. Na sequência, foram exibidos dados relativos à situação orçamentária das universidades, aos recursos públicos para pesquisa e à defasagem salarial da categoria, entre outros. Logo após, foi aberto espaço para fala dos professores presentes. Apesar de algumas divergências sobre as táticas para a luta dos professores, foi evidenciada a grande preocupação com o atual cenário para o financiamento dos serviços públicos e para a manutenção adequada das universidades, possibilitando o acesso e a permanência dos estudantes bem como condições dignas de trabalho a docentes e técnicos.
Concluídas as análises, a mesa diretora deu início à votação, que ocorreu simultaneamente nos três campi da UFV. Foram 251 (66,57%) votos favoráveis à proposta de deflagração, 120 (31,83%) contrários e 6 (1,6%) abstenções, divididos da seguinte forma:
Viçosa:
- 211 favoráveis;
- 96 contrários;
- 3 abstenções.
Florestal:
- 16 favoráveis;
- 16 contrários;
- 1 abstenção.
Rio Paranaíba:
- 24 favoráveis;
- 8 contrários;
- 2 abstenções.
Próximos passos
Com a aprovação da deflagração de greve, a ASPUV enviará um comunicado oficial à administração da UFV, informando o resultado da assembleia e a paralisação das atividades.
Também está em formação o comando local de greve com docentes dos três campi.
Nesta quarta (10), a ASPUV ainda estará presente na reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino (IFES) do ANDES-SN. O encontro analisará os resultados das assembleias de base e encaminhará os próximos passos da luta dos professores federais nacionalmente.
Construção da greve
Relembre como foi a construção da greve aprovada nessa segunda:
- diante da recusa do governo em avançar nas negociações com os servidores e na insistência pelo reajuste zero em 2024, o 42° Congresso do ANDES-SN aprovou “a construção de greve do ANDES-SN e do setor da educação no primeiro semestre de 2024, tendo como horizonte a construção de uma greve unificada no funcionalismo público federal em 2024”.
- Na sequência, a secretaria do sindicato nacional enviou uma circular, orientando a realização de assembleias de base até o dia 21 de março, para debater o assunto. A ASPUV realizou a sua no dia 14, com a aprovação do indicativo de greve para a primeira quinzena de abril.
- Em 22 de março, os representantes das seções sindicais participaram de uma reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino (IFES) do ANDES-SN para analisar os encaminhamentos recebidos das assembleias de base. A partir desses resultados, a reunião apontou a realização de uma nova rodada de assembleias, trazendo como pauta a deflagração de greve da categoria no dia 15 de abril. A ASPUV esteve presente no encontro.
- Agora, as seções sindicais estão realizando as assembleias até 9 de março. No dia 10, haverá uma nova reunião do setor, garantindo o prazo de 72 horas para informar ao governo e às reitorias sobre a possível deflagração de greve.
Reivindicações dos professores
A pauta de reivindicações dos professores federais inclui pontos como:
- Recomposição salarial.
- Retirada da reforma administrativa (em tramitação como PEC 32).
- Reestruturação da carreira docente federal.
- Recomposição do orçamento das instituições federais de ensino.
- “Revogaço” (revogação de uma série de medidas, editadas nos últimos anos, que têm impacto direto sobre os direitos dos servidores e a prestação dos serviços públicos).
- Contra as terceirizações e pela recomposição do quadro de servidores da universidade.
- Revogação total do Novo Ensino Médio.
- Fonte: Aspuv