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O governador Romeu Zema anunciou, durante entrevista coletiva virtual concedida na Cidade Administrativa nesta sexta-feira (08/5), o lançamento do aplicativo Saúde Digital MG, voltada para atendimentos de telemedicina a pacientes com suspeita de Covid-19. O desenvolvimento da plataforma foi feito pela empresa Tecthools, que doou a tecnologia ao Estado. Não haverá impacto financeiro para o Tesouro Estadual, uma vez que os profissionais que prestarão atendimento, entre médicos, enfermeiros e psicólogos, pertencem aos quadros da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), além de profissionais voluntários captados pela Rede de Voluntariado Saúde – Covid-19. O aplicativo já está disponível para instalação na Play Store, dos sistemas operacionais Android, compatível com a maioria dos aparelhos de telefone celular. Também participaram da coletiva os secretários de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, e de Governo, Igor Eto.

Romeu Zema considerou que a pandemia acelerou a implantação de ações voltadas para a telemedicina, além de explicar a forma de acesso e funcionamento da plataforma. “O interessado agenda através do aplicativo a sua consulta e é atendido por um profissional da saúde. Dependendo, ele pode ou não ser encaminhado para uma consulta presencial. Assim, com toda certeza nós estaremos melhorando atendimento médico no estado, resolvendo um problema que não precisaria ser resolvido presencialmente”, completou.

O chefe do Poder Executivo estadual se solidarizou junto a familiares e amigos das vítimas que perderam a vida pela Covid-19. Posteriormente comentou o cenário da doença no Estado. “A nossa situação, se comparada com outros estados, está muito menos dramática. Nós temos apenas dois estados que estão com uma taxa de óbitos por 100 mil habitantes melhor do que Minas Gerais, que são Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Com toda certeza é fruto das medidas que nós tomamos aqui, ainda no início do ano, já prevendo que o pior poderia acontecer”, destacou.

Ainda de acordo com o governador, há certa estabilidade em relação ao número de pacientes com suspeita da Covid-19 que demandam terapia intensiva, atualmente na casa de 6% e que protocolos de segurança foram disponibilizados aos prefeitos esta semana, no âmbito do programa Minas Consciente, com o propósito de reativação gradual das atividades atualmente paralisadas.

Ao comentar a instituição do Saúde Digital MG, o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, avaliou que por meio da plataforma, os profissionais que farão atendimento realizarão triagem adequada, desafogando a busca por atendimentos presenciais nos serviços hospitalares e de pronto atendimento. “Dessa forma poderemos prestar melhor atendimento, diminuindo o risco de complicações”, asseverou.

Monitoramento de óbitos

Em relação ao Informe Epidemiológico, disponibilizado para consulta na manhã desta sexta (08), Minas Gerais apresenta 2.943 casos confirmados, com 111 mortes confirmadas em decorrência da Covid-19. Há, ainda, 140 óbitos em investigação e outros 477 descartados. Questionado sobre a diferença de números dos registros de óbitos realizados em cartórios e aqueles publicados pelo Informe Epidemiológico, o secretário esclareceu como funcionam as notificações de óbito tratamento de óbito no âmbito da SES-MG. “A declaração de óbito, com a qual será feita a Certidão de Óbito, nos cartórios, não quer dizer, absolutamente, que se tem a certeza daquele diagnóstico”, declarou, ao mencionar que o documento é elaborado, em boa parte das vezes, com base em causas prováveis.

“Como nós temos momentos diferentes, dentro da contabilização e investigação dos óbitos, dependendo de como é feito o olhar, você vai ter um momento diferente, mas a informação que me parece ser uma informação muito segura. Nós estamos acompanhando muito de perto, porque para nós é importante sabermos quantos óbitos nós estamos tendo e, de forma nenhuma, não há interesse da Secretaria Estadual de Saúde em não ser transparente ou de modificar os dados”, declarou o secretário.

Carlos Eduardo Amaral apontou que há planos para aumento da testagem em Minas Gerais. “Nós estamos discutindo com toda a equipe técnica, qual seria esse caminho, como nós levaríamos o aumento da testagem. Quando se fala sobre os países que testaram mais ou que testaram menos, devemos ter em conta que todos esses países, tiveram um dilema interpretativo. Fazer um teste não é simplesmente um ato, mas sim a realização de uma pergunta correta para que se consiga uma resposta correta. A Secretaria de Estado de Saúde hoje tem um padrão de testagem definido desde o início da transmissão comunitária e esse padrão está alinhado conforme o que é orientado pelo Ministério da Saúde”, apontou.

Sobre a relação direta com a política de testagem com a possibilidade de subnotificação, conforme o secretário, algo que não é demonstrado. “Isso é muito fácil de constatar. Em Minas Gerais ainda há leitos disponíveis, a transmissão do vírus na sociedade aqui tem sido diferente do que se vê em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Amazonas, no Ceará, por exemplo”.

Outra questão exposta pelo secretário é a demanda mundial pela aquisição de testes. “O mundo inteiro está tendo demanda por testes, então é importante nós entendemos isso, que há um cenário de escassez de testes e dificuldades. No sentido de retomada da atividade econômica seria muito pouco prático, nós testarmos neste momento a sociedade como um todo, uma vez que nós não temos ainda uma transmissão muito grande no estado, o que tem como a principal sinalização disso a não ocorrência, no momento, de uma sobrecarga no sistema”, avaliou.

O secretário ainda lembrou a estruturação da rede de saúde para absorver a demanda por atendimentos, dando como exemplo a ampliação em 60 leitos no Hospital Mário Penna. Lembrou também que no próximo domingo, data em que se comemora o Dia das Mães, as pessoas devem evitar aglomerações e evitar o contato pessoal. “Estaremos cuidando das pessoas tomando as medidas de higiene, como uso de máscaras, lavar constantemente as mãos, além de cumprimentar as mães com uma comunicação mais distante, evitando reuniões”.

Minas Consciente

O secretário de Estado de Governo, Igor Eto, mencionou que no âmbito do programa Minas Consciente, o momento atual não é de uma fiscalização ostensiva, mas sim de estímulo à cooperação. “O Estado não pode interferir na autonomia dos municípios. Por outro lado, acreditamos que a maior fiscalização disponível no momento é justamente o acompanhamento dos dados do crescimento da doença, com os monitoramentos feitos pela Secretaria de Saúde”. Igor Eto finalizou sua intervenção relembrando a importância da padronização estabelecida pelos protocolos, o que propiciará que Minas tenha uma direção segura a seguir.

Fonte: Secretaria estadual de saúde

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