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Com a Seleção Brasileira voltando para “casa” no meio do ano de 2019 para disputar a Copa América, as esperanças tanto dos torcedores quanto dos dirigentes brasileiros eram de começar a recuperar a confiança no time que durante a Copa do Mundo de 2014 falhou em seus objetivos. Assim, se montava uma pressão relativamente grande em cima dos atletas e do técnico Tite, que não contariam com o astro Neymar para “desafogar” em partidas em que o nosso sistema tático não fosse o bastante para alcançar vitórias.
Por sorte, os nossos competidores se encontravam em situação bem precária até em comparação com a nossa combalida seleção. O excelente trabalho de Óscar Tabárez no Uruguai já estava encontrando limitações por conta da falta de renovação de peças importantes do elenco, como os seus atacantes Luis Suárez e Edinson Cavani, enquanto a Argentina estava bem perdida, com a confederação do país escolhendo um técnico novato, Lionel Scaloni, para liderar os esforços de Messi e companhia nos campos brasileiros.
Acabou que a surpresa maior foi o fato de o Peru, que havia sido derrotado por 5 a 0 pelo Brasil na fase de grupos, ter achado um caminho rumo à final. No embate fatídico para o campeonato, o Brasil provou mais uma vez sua superioridade com uma vitória de 3 a 1 que só não foi maior por conta da falta de calibração dos chutes por parte dos brasileiros.

Só que, desde então, esse resultado parece ter sido bem ilusório quanto à verdadeira qualidade da Seleção nos palcos internacionais. Era algo que já havia sido alertado por especialistas em bancas de canais de esportes e em colunas dedicadas a análises táticas que já apontavam falhas brasileiras que poderiam ser exploradas se o Brasil estivesse enfrentando seleções de ponta.
Esse tem sido um dos fatores por trás dos maus resultados que o Brasil tem obtido em seus amistosos. Do fim da Copa América até outubro, a Seleção havia empatado três jogos e perdido por 1 a 0 em seu reencontro contra o Peru. Ao mesmo tempo, as atuações brasileiras não têm sido das melhores, com o time demonstrando fragilidades defensivas e falhas na criação de chances para gol.
Por um lado, as casas de aposta continuam apontando o Brasil como um dos claros favoritos à vitória na próxima Copa do Mundo, a ser realizada no Qatar em 2022, mas temos ainda quase três anos de espera até o evento.

Para a nossa sorte, esse tempo todo também nos dá chances de arranjar soluções para os problemas que têm sido apresentados pela Seleção nesses seus últimos jogos. Em sua última convocação, Tite deu sinais de que está disposto a liderar os esforços de renovação de grupo ao chamar atletas jovens e promissores como o ex-lateral do Atlético Mineiro Emerson e o meio-campista Douglas Luiz, além dos atacantes Rodrygo e Wesley.
Entretanto, a renovação de grupo e a manutenção de uma verdadeira meritocracia dentro da seleção, para evitar que jogadores estabelecidos se sintam confortáveis em seus papéis dentro do grupo, é apenas uma parte do escopo. A outra parte, quiçá a mais importante, é a viabilidade de Tite como líder da seleção até chegarmos na Copa do Mundo.
Os questionamentos vêm desde a Copa do Mundo de 2018 e se reacenderam com a falha em conquistar vitórias na primeira rodada de amistosos após a Copa América este ano. Aqui, a questão não são só os resultados ruins, mas também as performances que não inspiram confiança em torcedores e especialistas que querem ver o Brasil bater de frente com as melhores seleções globais.
Vamos precisar esperar para ver se Tite tem mais estratégias em seu repertório após mais de três anos comandando a seleção. Sua sorte é que seu lastro é grande graças à vitória na Copa América deste ano. Este, entretanto, não será grande o bastante caso o Brasil continue a demonstrar que não está a par de enfrentar e derrotar seus adversários dentro e fora da América do Sul.

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