Fonte G1
Destroços achados em serra são de avião sumido, dizem bombeiros
Monomotor saiu de Ubaporanga com destino à cidade de Pará de Minas.
Duas pessoas estavam a bordo; buscas são feitas na Serra do Caraça.
O Corpo de Bombeiros confirmou, por volta das 14h30 desta sexta-feira (9), que os destroços encontrados na Serra do Caraça, na Região Central de Minas, são do avião que estava desaparecido desde a terça-feira (6). O monomotor modelo NEIVA EMB-711C, com prefixo PT-NKU, saiu de Ubaporanga, perto de Caratinga, com destino à cidade de Pará de Minas. De acordo com o chefe do Núcleo de Operações Aéreas (NOA), delegado Ramon Sandoli, a polícia descarta a possibilidade de encontrar sobreviventes.
Segundo o Serviço Regional de Investigação e Prevenção a Acidentes Aeronáuticos (Seripa), o monomotor pertence a João Paulo Gomes de Araújo. Um funcionário da Araújo Distribuição, empresa da família de João Paulo, informou que o dono da aeronave estava a bordo, junto ao piloto, identificado como Fausto Mesquita.
Segundo os bombeiros, após a localização dos destroços, militares faziam buscas pelos ocupantes.
No fim da tarde, a Polícia Civil informou que os trabalhos foram interrompidos. De acordo com o chefe do NOA, a perícia e o resgaste dos corpos e dos destroços foram dificultados pela chuva que cai na região.
Além de Sandoli, atuam no caso os delegados Evandro Nascimento e Tatiana Soares, de Caratinga, que investigavam os últimos contatos feitos pelos tripulantes da aeronave. Eles conseguiram levantar que o último local em que o sinal de celular foi captado se tratava das imediações de uma antena, situada ao lado da estrada de ferro Vitória-Minas, ao pé da Serra do Caraça.
Nesta manhã, as equipes do NOA, do Corpo de Bombeiros e da Aeronáutica e um piloto amigo dos ocupantes do avião realizaram levantamentos no entorno do local indicado, avistando os destroços.
A previsão é de que os trabalhos de resgate sejam retomados na manhã deste sábado (9), com auxílio de um avião do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, Cenipa, do Rio de Janeiro.
Araújo (Foto: Arquivo Pessoal)
Inspeção de manutenção vencida
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que a situação de aeronavegabilidade do avião era válida, porém, a inspeção anual de manutenção estava vencida desde o dia 29 de agosto deste ano.
Segundo o piloto Nilton Siman, que é amigo de João Paulo, o jovem estava indo a Pará de Minas realizar a inspeção anual e iria vender o monomotor.
“Eu conheço ele [João Paulo] desde criança. Ele estava na Bolívia, cursando medicina e veio para Minas Gerais, pois o pai dele estava doente, e faleceu há cerca de um mês”, disse.
Rafael Lacerda, que também é piloto, disse que conhece Fausto Mesquita desde 2012, e que ele tem experiência para pilotar o monomotor. Segundo Lacerda, o mau tempo no momento do voo pode ter atrapalhado o piloto e feito com que ele mudasse a rota.
“A rota programada seria decolar aqui em Caratinga, dar a volta no espaço aéreo de Belo Horizonte, que passa aproximadamente por cima de Ouro Preto, Conselheiro Lafaiete, Ouro Branco e Congonhas. Porém, o tempo estava relativamente ruim. O teto estava bem baixo na hora que eles estavam voando por lá. Existe a possibilidade de eles não terem conseguido, e podem ter buscado uma rota alternativa.”, explicou.
O RESGATE DOS CORPOS:
Os corpos dos pilotos Fausto Mesquita, cuja idade não foi divulgada, e João Paulo Gomes de Araújo, 26, dono da aeronave, que morreram na queda do monomotor Corisco PT-NKU, foram resgatados pelo Corpo de Bombeiros por volta de 15h deste sábado (10), na região da Serra do Caraça, em Catas Altas (MG), distante 130 km de Belo Horizonte.
O monomotor havia decolado por volta de 11h30 da terça-feira (6) do aeroporto de Caratinga (MG), 295 km distante de Belo Horizonte, em direção a Pará de Minas (MG), 97 km da capital, e ficou sumido até o início da tarde da sexta-feira (9), quando seus destroços foram encontrados por equipes da FAB (Força Aérea Brasileira).
Após os três dias de buscas, as partes da aeronave foram encontradas pela FAB em fendas das montanhas. Como chovia muito no dia, o resgate dos corpos pelas equipes do Corpo de Bombeiros teve de ser adiado para a manhã de sábado. A cauda da aeronave estava a 500 metros do local do acidente.
O trabalho de resgate dos corpos dos pilotos foi feito por uma equipe de 12 bombeiros, seis policiais civis e dois peritos da FAB.
De acordo com a Polícia Civil, os corpos foram encaminhados para o IML de Ipatinga (MG), 220 km de Belo Horizonte. Não há informações sobre o enterro dos pilotos.
As causas do acidente serão apuradas pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) e pela Polícia Civil mineira.